MESTRE ATALIBA
A FORÇA E A GARRA DO COBRA PRETA
Ao se casar com Ataliba José Flores, no dia 20 de janeiro de 1968, Leonilda Morillos, a Meca, como é carinhosamente chamada pelos amigos, não imaginava que teria que dividir o futuro pai de seus filhos (Rosana, Flávio e Fernanda) com outra grande paixão: O Esporte Clube Cobra Preta.
Ataliba, que nasceu em 19 de março de 1937, é o patrono do Esporte Clube Cobra Preta, dando seu nome a sede social da tradicional agremiação de Getúlio Vargas.
O difícil é lembrar alguma história do clube, em que o “Mestre” não faça parte. Sócio fundador do Cobra, foi presidente por mais de uma gestão. Antes da agremiação se tornar uma entidade legalmente constituída, com estatuto e CNPJ, muitas vezes era o Ataliba quem não deixava a agremiação cair no esquecimento. Sempre que preciso, acumulou mais do que uma função, tendo sido presidente, técnico, massagista e guarda esporte. Por muitos anos, sua residência, também se transformou em sede do Cobra.
Todos gostavam do Mestre Ataliba. O admiravam. O respeitavam. Sua paixão era contagiante. Muitas vezes, os jogadores defendiam as cores amarela e preta, almejando a vitória, por causa do Mestre. Quando o time ficava campeão, Meca lembra que a preocupação passava a ser com as faixas. “O Ataliba dormia e acordava só falando no jogo para colocação das faixas, que não foram poucas”.
Muito emotivo, quando o time vencia, o Ataliba chorava. Quando perdia, também chorava.
A paixão pelo Cobra Preta sempre foi explícita. Assim como a paixão pela família. Quando o casal comprava algum utensílio para a casa, o objeto em uso era doado para a sede do Cobra. “Ele sabia tudo o que tinha na sede, desde a quantia de pratos e talheres, a bacias e espetos”, lembra Meca.
Houve uma época em que o Ataliba, com o auxílio da esposa e dos filhos, era o responsável pela copa do salão de festas do Clube Aliança. O lucro do bar era dividido entre a sociedade e o Cobra Preta, pois o objetivo era construir uma sede própria para a agremiação.
Os atletas do Cobra também eram uma preocupação constante do Mestre Ataliba. “Ele cuidava dos jogadores dentro e fora das quadras”, comenta Meca. Não foram poucas as vezes em que o Ataliba recebia os jogadores lesionados em sua casa, para fazer massagem e tratar a lesão. Outro exemplo da paixão pelo Cobra, é que o próprio Ataliba costurava as meias e camisetas rasgadas.
Falecido em 18 de novembro de 2006, aos 69 anos, o Mestre Ataliba continua vivo na memória dos fundadores e dos jogadores das gerações mais novas, pela sua força, garra e paixão pelo Esporte Clube Cobra Preta.
(Fonte: Jornal A FOLHA REGIONAL, edição especial 50 ANOS DO E. C. COBRA PRETA, de 01 de abril de 2011)